[Review] Kakegurui (賭ケグルイ) 1ª temporada – Anime



Ano: 2017
Episódios: 12 (com segunda temporada confirmada para 2018)
Estúdio: MAPPA
Gênero: Thriller, Torneio, Psicológico
Onde assistir: Netflix

Sinopse: Yumeko Jabami é transferida para a escola “Hyakkaō Private Academy”, local onde estudam pessoas ricas e influentes de todo Japão. Seria apenas mais um caso de aluna nova se ambientando num lugar diferente, não fosse a estrutura social escolar baseada em jogos de azar e apostas, onde através um único jogo, você pode ir de ser humano respeitável à servo. Em Kakegurui, acompanhamos a trajetória de Jabami nesta escola insana.  
Sobre a série:

     A animação Kakegurui é baseada no mangá homônimo (Kakegurui) publicado pela editora da Square Enix, Gangnan Joker. Lançado em 2014 e sem previsão de término, Kakegurui conta com um spin-off chamado “
Kakegurui Twin” (2015), nele acompanhamos a trajetória de Mary Saotome no ano anterior à chegada de Jabami em Hyakkaō Private Academy.
Kakegurui foi um sucesso tão grande, que também podemos encontrar um live action, surpreendentemente bom, da série.

Personagens:

Aqui, a fim de evitar spoilers, dividiremos as personagens em estudantes (principais) e membros do grêmio.
(Por favor, ignorem os sublinhados em vermelho, tava dando bug e printando foi a única maneira de conseguir colocar aqui de forma organizada)



Opinião:
Pra mim é sempre difícil opinar sobre gêneros de anime que não consumo. Acho que o último thriller psicológico que vi foi Death Note e já faz alguns anos. Admito que todo o hype me deixou receosa em assistir.... Não sei vocês, mas minhas redes sociais eram recheadas de Kakegurui o tempo todo. Como nas redes sociais as pessoas só estavam interessadas em fazer piada ou surtar, eu acabava vendo apenas a parte sexualizada do anime e bom, colegiais gemendo em êxtase durante situações que (fora de contexto) parecem totalmente inapropriadas, não são exatamente meu tipo de conteúdo. Porém, pessoas próximas sempre me diziam que era um anime interessante e numa tarde de tédio ao ver o live action ali no catálogo da Netflix, assisti, gostei e corri para ver o anime. Agora, vamos falar dele e fingir que nunca tive nenhum tipo de preconceito. Se você tem resistência em assistir Kakegurui, segura na minha mão e deixa eu te convencer a passar por cima de todo o ranço.

Temos uma protagonista mulher num anime que não é shoujo,nem slice of life, nem musical. E estamos falando de uma mulher que sabe o que quer e que busca o próprio prazer, independente da opinião alheia. Não bastando isso, temos várias mulheres ocupando cargos de poder e em situações privilegiadas. Existiram momentos que cheguei até a ficar incomodada com apenas adversárias mulheres e pronta pra fazer textão sobre a questão “uma mulher só pode ser inteligente e forte entre mulheres? ”, até finalmente rainha Jabami começar a pisar nos boys mais insuportáveis que você já viu.  Sei que pode parecer bobagem, mas assisto animes o suficiente para saber que é algo fora da curva e por esta razão Kakegurui ganhou MUITAS fichas Saotome (risos) comigo.

Ok, mulheres fortes e inteligentes são legais, mas toda essa construção não cai por terra quando elas são colocadas em situações extremamente sexuais? Eu me fiz essa pergunta e hoje, 28 de maio de 2018, minha resposta é: não. Se você tem mais de 20 anos, já não é mais adolescente, com certeza sabe que o ensino médio é uma fase de descoberta sexual. Gente, sério, se entre seus 15 e 18 anos você não queria se roçar até na maçaneta da porta, tinha algum problema (nem vou me estender). O que eu quero dizer, em palavras menos bobas, é: “Hyakkaō Private Academy” é uma escola onde as pessoas são muito ricas, lá elas buscam objetivos diversos através de apostas. Alguns estão focados no prestigio e dinheiro, outros, como Jabami e Ikishima, no prazer. Fica claro que ali o prazer em apostar é tão intenso para algumas pessoas, que elas acabam levando para o lado físico, o que nos proporciona cenas sexualmente intensas e até explícitas. Vale comentar também que a tensão sexual do anime existe desde  o início, na relação de dominância x submissão que os alunos mantêm entre si, através do esquema de “gatinhas e cãezinhos” e só fica mais intensa com o avançar da trama. É algo que pode incomodar os mais puritanos, mas se como eu você entende que sexo é algo importante e muito presente na adolescência, não vai achar nada demais. Eu apenas recomendaria que não assistam com a família ou com crianças.

Tenho muito mais a dizer, entretanto a minha política de review sem muitos spoilers me impede, então vamos à conclusão: Kakegurui é um anime interessante, de ritmo acelerado e cheio de reviravoltas. Acompanhar o pensamento e perspicácia de Yumeko Jabami chega a ser impossível, mas é delicioso ver como ela derrota adversário após adversário. O enredo tem alguns furos e certas situações são frustrantes, mas a esperança é de que se resolvam na segunda temporada. A sexualização e protagonismo exagerados podem incomodar algumas pessoas, mas no geral eu diria que é um anime entre bom e excelente.




Fontes:



[Review + Comentários] Z nation


Observações gerais:

Criada por Karl Schafer, Z Nation  mostra um grupo de pessoas em Nova Iorque tentando a sobreviver ao apocalipse zumbi, até que a destruição de sua casa seguida por uma impressionante revelação lhes dá objetivo maior: Em seu pequeno e inusitado grupo, eles carregam a última esperança da humanidade e para que o mundo seja salvo, o grupo deve escoltar tal messias até uma base militar na Califórnia. E assim acompanhamos por 13 episódios o grupo Delta Xray Delta em sua missão "Marca de mordida".

Personagens (apenas personagens presentes no primeiro episódio para evitar muitos spoilers):


Roberta Warren
Policial até o último minuto, Roberta faz a linha durona e está (quase) sempre procurando a melhor maneira de resolver problemas. Incansável na luta contra zumbis e de grande coração, elas muitas vezes  arrisca a si para salvar terceiros.


Addison Carver (Addy)
A primeira vista uma garota forte que se adaptou ao apocalipse, Addy pode ser muito menos resiliente do que se pensa. Dona de um passado misterioso e questões mal resolvidas, se mostra a figura mais volúvel e sentimental do grupo.

Cassandra
Uma mulher misteriosa encontrada dentro de uma cela cercada por zumbis, Cassandra é estopim de um inusitado conflito, porém, decidida em suas escolhas é muito leal a quem lhe faz bem.

Charles Garnett
Tenente Charles Garnett é líder do grupo. Ele busca paz e dar às pessoas esperança. Quando solicitado em situações de perigo, nunca exita em agir e frequentemente põe a segurança do grupo acima ada sua.

Doc
Um farmacêutico viciado em drogas, Doc é o carisma do grupo. Sempre com comentários sarcásticos e uma dose de qualquer droga, está sempre pronto para ajudar a salvar a si mesmo, seus amigos e ao mundo.

Mack Thompson
Namorado de Addy, Mack é carinhoso e gentil. Tal qual os outros de seu grupo também não mede esforços para ver todos seguros, entretanto, às vezes seu senso de preservação fala mais alto que o de honra.

10 mil
Misturando individuo e meta, 10 mil se chama assim pois tem como objetivo de sua existência matar 10 mil zumbis. Junta-se ao grupo logo no primeiro episódio.

Cidadão Z
Operador de uma base da NSA, Cidadão Z é responsável por gerenciar todos os grupos e missões ainda ativos. Atuando como figura fundamental, ele toma para si a missão de guiar, de sua base num dos polos, a equipe Delta Xray Delta até seu destino final.

Murphy
O "paciente zero", também conhecido como "pacote" e "última esperança da humanidade", é um homem medroso de poucos escrúpulos que teve injetada em si a única vacina com resultados positivos contra o vírus Z (que transforma todos em zumbi).

Explorando o tema:

1. Z Nation x The Walking Dead - Paródia, homenagem ou apenas uma estratégia de marketing?

Ao assistir Z Nation, especialmente em seus momentos iniciais, é impossível não fazer comparações uma vez que ambos os grupos tem policiais como líderes e apresentam um numero semelhante de integrantes, bem como uma estética similar ( podemos reparar em ambas as séries que a fotografia é meio acinzentada e obscura, uma clara estratégia para mostrar que o mundo está desolado e perdeu a cor) e enredo abordando temas comuns (como canibalismo e novas sociedades baseadas em preceitos errados). Seriam essas similaridades ( e outras que não citei) uma tentativa de Schafer de ironizar ou homenagear a série da AMC? Talvez uma iniciativa para tornar sua série famosa às custas da já aclamada The Walking Dead?

Não posso dar respostas verdadeiras a estas perguntas, mas posso teorizar: Dizer que Z Nation parece outra produção ambientada em um mundo pós-apocalíptico que pega carona no sucesso de The Walking Dead é, como dizem por aí, chover no molhado. Acredito sim que exista uma tentativa por parte dos produtores em fazer  o público identificar elementos de TWD em Z Nation, a fim de que a trama se torne popular pelo provável alvoroço que fãs de Rick e seus seguidores poderiam fazer. Entretanto, as mudanças de rumo no roteiro de Z Nation ( mais especificamente a partir do episódio "06 - Ressurreição Z"), deixam claro que é uma estratégia passageira e introdutória, Delta Xray Delta tem uma missão maior que eles mesmos e quando todos, em especial Murphy , começam a entender este fato a série mostra a que veio. Analisando os  plot twists presentes nos episódios finaispodemos considerar tudo apresentado antes como uma homenagem divertida - e até um pouco crítica - a TWD.

Acredito que também cabe salientar neste tópico a narrativa diferente em ambas as séries: apesar das muitas coisas que as aproximam notamos diferença no estilo de escrita/estrutura. Z Nation nos entrega um conteúdo mais subjetivo, pronto para reflexão autônoma do espectador, além de deixar sempre muitas pontas soltas. The Walking Dead, por sua vez, abre os mesmos espaços para reflexão, mas sempre nos dá respostas ( muitas vezes as respostas de Rick, mas ainda assim respostas) e os questionamentos ficam por conta do "e se", sempre presente a cada reviravolta do enredo. Tais aspectos me levam à conclusão: Sendo ou não sendo parecidas, oque realmente importa neste caso é que se você é fã de zumbis ( e distopias no geral), terá uma experiência muito boa assistindo Z Nation e TWD.


2. Z Nation: trash ou retomada do clássico?

Se você assistiu Z Nation e não se sentiu apreciando um game play de alguma versão alternativa de Resident Evil 1 ou contemplando um remake de A noite dos mortos vivos, desculpa, mas você não entende nada de "zumbizagem de raiz".

Brincadeiras a parte, "Zumbizagem de raiz" é exatamente o termo que define Z Nation. A despeito dos comentários maldosos vindo de pessoas acostumadas com a roupagem sisuda de The Walking Dead e dos filmes da franquia Resident Evil, acredito que as escolhas tomadas pela série foram extremamente acertadas, afinal, Zumbis radioativos, Zumbis corredores, Zumbis Transudos, animais Zumbi e até mesmo Zumbis falantes, são elementos presentes tanto nos filmes clássicos a respeito o tema, quanto em jogos antigos (cito justamente Resident Evil 1, onde tudo isso - exceto zumbis falantes e transudos - está presente), entregando assim um presente para pessoas - que como eu - sentiam falta de rir um pouco com a situação.

Dizem as más línguas que a série é muito caricaturada, cheia de exageros e coisas improváveis. E eu concordo, mas não era  assim que filmes/jogos/etc envolvendo zumbis deveriam ser? Penso que a necessidade de conteúdo mais sério e dentro de parâmetros reais envolvendo zumbis vem desde os primeiros filmes da série "Resident Evil" que, salvo engano, foram os primeiros a conferir uma roupagem mais séria a figura dos mortos-vivos. Estaria tudo bem e muito divertido, não fosse o fato de essa ideia se instalar como a forma correta e retratar zumbis e tudo que fuja a esse novo padrão é tido como produção ruim. Vejo Z Nation como um manifesto contra toda essa necessidade de normalidade no fantástico universo zumbi e comemoro os elementos trashes inseridos na trama, sim. Sendo um pouco mais  presunçosa do que deveria, ouso afirmar que Z Nation resgata elementos clássicos que se perderam nesse processo de popularização e nos entrega uma série, até então, sublime e muito divertida.


Nota:

Após todos esses comentários tenho de dar  uma nota, não é mesmo? Bem, sem dúvidas gostei mais de Z Nation que de The Walking Dead, o que pode ser considerado ruim, mas fazer  oquê? Eu gosto de Zumbi trash e ninguém pode mudar isso.
O único defeito que consigo salientar em Z Nation ( já que não considero o viés trash um) é a falta de recursos para produzir uma série com maior qualidade qualidade e como isto não é falha no roteiro e nem da série em si, dou nota máxima e aguardo ansiosa a próxima temporada.





[Review] Sense8


Observações gerais:

I'M WE!
Foi com esta pequena e poética frase, que Sense8 chegou até nós. A arte subjetiva da imagem de divulgação, a bela frase já citada e sobretudo o nome  Wachowski (que por padrão já carrega em si o sinônimo de sucesso), nos faz esperar por uma experiência magnifica.

Bem, ao menos eu esperei uma experiência magnifica. Não sei se houve real inspiração em Rimbaud, mas foi nele que pensei quando li "I'm we" (Eu sou nós). Existe uma carta, escrita por Artur Rimbaud à Paul Demeny onde ele diz:

Je est un autre. Si le cuivre s'éveille clairon, il n’y a rien de sa faute. Cela m’est évident : j’assiste à l’éclosion de ma pensée : je la regarde, je l’écoute : je lance un coup d’archet : la symphonie fait son remuement dans les profondeurs, ou vient d’un bond sur la scène

**Eu somos um outro. Ainda que bronze se desperte a corneta, não existe culpa. Isto me é evidente; eu assisto a eclosão de meu pensamento, eu a vejo, eu a escuto: lanço: sopro de sobre a proa: a sinfonia se agita nas profundezas ou apenas salta sobre a cena
(**Minha tradução. Não é a mais acertada, mas já basta para o contexto.) 

Em cada linha, em cada palavra, reconheço um aspecto de Sense8 (se tiver tempo/disposição ou interessar a alguém escrevo mais sobre isto). O que pode ser apenas piração de minha parte, uma feliz coincidência ou algo acidental, creio que nunca saberei. Mas ver estes pequenos fatos, já me rendem uma experiência que correspondeu as expectativas, o que veio além disto considero bônus.

Bem, deixando de lado minhas divagações semi-aleatórias, vamos à série em si:

Sensate conta a história de oito pessoas (denominadas Sensates), em diferentes partes do mundo, que por alguma razão estão conectadas. A conexão não se dá de forma física, é algo que transcende o conceito de "eu", pois o grupo entende as necessidades de seus integrantes e cada habilidade individual trabalha em função do coletivo, quando é dado o momento.

O que significa ser um Sensate? A série nos dá pequenas pistas, mas mantêm a essência do que é Sensate  um mistério. Talvez seja uma espécie de evolução ou apenas algo diferente que sempre esteve entre "nós". Descobrimos um pouco mais sobre tal incógnita através de oito Sensates e seus respectivos núcleos.


Personagens:




Nomi
A diva hacker das gay, uma personagem que desde de os primeiros momentos mostra a que veio e esbanja carisma. Socialmente engajada, ela luta pelos direitos da comunidade LGBT usando seu blog na internet como ferramenta. Corajosa e eloquente, em situações de perigo, nunca deixa a desejar, além de (quase) sempre ter um plano, conta com a melhor sidekick ever: Amanita. (É um núcleo muito amor!)








Lito
E falando em diva das gay temos Lito, outro representante do movimento... Ou quase. Diferente de Nomi, Lito é um ator em conflito com sua sexualidade e os objetivos que deseja alcançar. Mesmo certo de seu amor por Miguel Hernando ele acredita que ser gay pode representar um obstáculo para alcançar o estrelato. Sendo um dos núcleos menos tensos da série, Lito, Hernando e Daniela(de quem não vou falar pra ajudar com a surpresa) são, de longe, meus favoritos.





Will
Will é um típico policial idealista, ele acredita no trabalho que faz e o faz por amor. Num primeiro momento podemos questionar o quanto de interesse gera sua personalidade (quer dizer, ele é chato mesmo), mas no decorrer da série ele mostra-se uma boa surpresa, sempre somando ao grupo e, tal qual Nomi, sendo uma das figuras mais atuantes em situações de perigo.








Riley
Já que falamos de Will, vamos trazer também Riley aos holofotes. Ela é Dj e drogada, sempre em perigo e triste, me parece que seu único papel na série é nos mostrar o quanto Will pode ser maravilhoso e, quase nunca, como Sun tem um coração. Até agora não se trata de uma personagem muito relevante.







Wolfgang 
Indo na contramão da conduta de Riley, Wolfgang é um badboy (?) multi-tarefa. Envolvido em esquemas sujos e situações nada convencionais, pode ser considerada uma das personagens mais dinâmicas da série, pois, hora ele é mal e sádico, hora é gentil e amoroso.







Kala
Farmacêutica indiana, as voltas com um casamento "meio indesejado", Kala não soma muito ao grupo, mas tem o carisma que falta à Riley. Sua relação com Wolfgang nos rende alguns dos diálogos mais interessantes da série (como quando falam da relação entre ciência e religião) e nos faz refletir sobre muitas questões do dia a dia. Kala pode não fazer tanta diferença em seu grupo, mas sem dúvidas ela só acrescenta à série.





Sun
Falando em mulheres que acrescentam, Sun pode parecer introspectiva e sem graça num primeiro momento, mas com o desenrolar do enredo, ela nos mostra que é só introspectiva mesmo que sua vida não é tão fácil e que toda a apatia tem uma razão. Apesar do clichê, acho interessante ter em um papel como este, de força e poder, uma mulher. É uma interessante subversão do conceito de "personagem badass" estabelecido socialmente, é como se ela fosse um Van Damme de saias, um Bruce Lee com peitos, um Chuck Norris sem barba e isto é realmente  um ato de empoderamento incrível. A trilha sonora dela poderia ser "Who run the world", sempre.



Capheus
Por último, porém não menos importante, ele, o Van Damme queniano que transborda carisma, bom humor e ideais. Não seria exagero dizer que Capheus é a personagem menos privilegiada do grupo. Além de viver em péssimas condições no Quênia, seu trabalho como motorista de van acaba colocando-o em situações de perigo constantes, das quais ele quase sempre consegue escapar com a ajuda de outros Sensates. Particularmente, diria que Capheus é a contraparte de Riley, pois ele se faz feliz nas mais adversas situações, enquanto a Dj, mesmo vivendo uma vida boa e confortável, está sempre sofrendo.

Nota: 

A série me pareceu bem costurada, mas perdeu pontos por um começo  arrastado. Com certeza continuarei assistindo.



[I ♥ Musies] Musicais! Musicais! M-u-s-i-c-a-i-s!

Advinha quem voltou a assistir Glee? Óbvio que fui eu!

Com todos os números performáticos do clube glee do colégio Mckinley, me senti na obrigação de voltar a assistir musicais. Pra ser honesta, eu costumava assistir muitos filmes do gênero, mas as coisas apertaram na vida e acabei deixando grandes paixões de lado. Sabe aquela história de se perder de si mesmo? Não é bobagem de auto-ajuda, as vezes acontece. Deixamos a vida passar por cima de nós ou nos dedicamos tanto a algo ou alguém que já não existe um "eu". E com a perda deste eu, de muito se esquece.
Enfim, vamos parar com o papo existencialista, um dia escrevo um livro de auto-ajuda ou torno meu diário público e vamos ao que interessa: Estou criando a lynda tag I Musies (Musies = movies + musicals), onde falarei dos musicais que assisti recentemente. Tenho uma modesta lista do que assistir a curto prazo, mas ela pode mudar. Então, fica aqui o post de referência.

I Musies - Lista


1. Nunca vi e acho mancada:

A noviça rebelde

 Across the Universe

Funny Girl 

HairSpray 

Les Misérables 


O fantasma da ópera


Mama Mia!


2. Aclamados pela critica (a.k.a filme de gente que quer ser cult.)

(Imagens serão adicionadas logo)

Hair
Agora Seremos Felizes
Sangue de Artista
A vida é uma dança
Caçadoras de ouro
Belezas em revistas
Amor de dançarina
Diabo a quatro
Ama-me esta noite
A nós a liberdade
O milhão
Monte Carlo
O Anjo Azul
O cantor de jazz
All that jazz
Canção de amor





[Review] O Alienista Caçador de mutantes

Decidi que ficar separando meus interesses/propósitos por blog é um saco! Vou escrever sobre tudo que eu quiser aqui e pronto. Então, reposto um review sobre o livro mais tosco que já li na minha life:


Sinopse: "O Alienista Caçador de Mutantes" é uma versão revisitada de um dos contos mais famosos de Machado de Assis, que soma a irreverência e o nonsense ao humor ácido e politicamente incorreto do escritor carioca do século 19.
Agora, a vila de Itaguaí é alarmada pela queda de uma nave espacial e por uma névoa que causa mutações alienígenas. Quem cuidará do caso é o médico Simão Bacamarte, que recebeu do povo a alcunha de alienista, uma combinação de alien com especialista. (créditos)

Bem, o que falar desse livro que acabei de conhecer e já odeio pacas?  Posso começar falando que a frase inicial, já batida e de um humor óbvio foi uma grande ironia. Em parte porque ela é citada no livro, mas principalmente porque é o avatar de meus sentimentos por tal versão revisitada.

Antes de mais nada, acho importante frisar que a proposta de misturar clássicos literários com cultura pop muito me atraiu,  de imediato pensei que teria uma experiência fantástica e continuei acreditando até o final do primeiro capítulo, afinal de contas piadinhas perspicazes como a que se encontra já na página oito são meu tipo de piada:

De lá, constam nas crônicas, saíra um ser de pele viscosa e amarronzada, de olhos vermelhos como sangue e três protuberâncias na cabeça, assemelhando-se a chifres. A criatura foi vista por três moçoilas itaguaienses - duas delas de boa família. Assustadas, elas fugiram após o contato, classificado por especialistas como sendo de terceiro grau. Já a terceira moca, cuja fama de namoradeira ultrapassava os limites da vila, decidiu ficar e investir no forasteiro que, segundo seu relato, fugiu tão logo foi usada a palavra compromisso - indicio de que a criatura possuía amplo domínio da Língua Portuguesa. (ASSIS, Machado de.,1882, modificado por KLEIN, Natália, 2010, p.8)

  Se você leu o livro em seu original, duvido que não tenha dado risada. Também duvido que não tenha se divertido com o gracejo seguinte, já na página dez:

Ao cabo desse tempo, fez um estudo profundo do assunto, procurou no Google e na Wikipédia que a melhor solução era colocar a mulher em um regime alimentício especial, combinado a sessões de acupuntura, ioga, shiatsu e massagem tântrica. (ASSIS, Machado de.,1882, modificado por KLEIN, Natália, 2010, p.10)

Entretanto, é depois disso que tudo começa a desandar. A linguagem cômica, bem ao estilo nonsense, passa a ser cansativa e repleta de piadas demasiadamente forçadas. Os trocadilhos e insinuações com a evidente tensão sexual entre Crispim e Bacamarte ganham um tom homofóbico e desrespeitoso conforme a narrativa avança. Não satisfeita com isso, temos exibidos pela co-autora elementos anacrônicos, as tais referências pop, que certamente visam divertir o leitor mas a mim causaram cansaço e enfado. Não entende o que quero dizer? Justifico com trechos:

Crispim soares entrou. A dor vencera a raiva, o farmacêutico não arrancou as roupas do alienista, como prometera, nem se atirou sobre ele - para o desapontamento de Bacamarte, que já havia até trocado seus lençóis. (ASSIS; Machado de.,1882, modificado por KLEIN; Natália, 2010, p.111, grifo meu)

Tudo bem que explore-se o desejo de uma personagem, pessoas se excitam e fantasiam, é natural, entretanto, sob a sacra proteção do "é humor", o livro não apenas debocha veladamente das preferências homoafetivas de Simão, como também reforça o estereotipo de que todo homoafetivo é devasso e passa o dia pensando em sexo, em especial os reprimidos. Achei as colocações desrespeitosas em sua maioria e excessivamente repetitivas, perderam a graça nos primeiros momentos e passaram de "Ok, é engraçadinho, posso lidar com isso" a "Sério, eu odeio esse livro!".

— Há cerca de duas semanas recebemos este ofício do alienista — revelou, apresentando a prova.
— Isso é... papel de carta? — perguntou alguém.
— Sim, sim — respondeu o presidente da Câmara, pondo os óculos para analisar melhor. — Hello Kitty é o que está escrito aqui embaixo desse urso branco, não é isso? — indagou mostrando o papel de carta a alguns manifestantes.
— Eu acho que é um gato, senhor, ele tem bigodes — palpitou um.
— Mas ele não tem boca — constatou outro visivelmente perturbado com o que via. — Por que, senhor?
— Eu não sei, mas é terrível — concordou o presidente, encarando perplexo o papel de carta lilás.
— É perfumado? — interrompeu um terceiro, ao que o presidente aproximou o nariz do documento e deu um boa inalada.
— Sim, cheira a baunilha — concluiu, enquanto os rebeldes deliberavam.
(KLEIN; Natália, 2010, p.64-65)

Talvez ela tenha tentando pegar o leitor pelo saudosismo aqui, afinal quem não participava das comunidades "Por que a Hello Kitty não tem boca?" ou "Por onde o Bob esponja faz xixi?"  ou algo que o valha na infância/ época do orkut, né? Por conta disto, achei o trecho interessante e quase ri, mas como já era esperado, outra vez faz-se troça da sexualidade do Alienista, reforçando a ideia equivocada de que todo gay é e gosta de ser "afeminado", aproveitando o ensejo para reforçar também as idéias de que gostar de coisas fofas é idiota e que para ser feminina é preciso gostar destas tais coisas idiotas... Sobre isso, deixo Senhorita Jessica Day com a palavra:



Não bastando toda homofobia e machismo velados, ela tira de vez o machismo do bolso e escreve:

— Padre Lopes, veja bem: Viver com uma mulher chata e feia é uma coisa, mas dividir o mesmo teto com uma mala insuportável que se acha bonita é o pior castigo que um homem pode ter. É uma tortura diária que não acaba nunca. Não há nada pior que uma mocreia com auto estima. (KLEIN; Natália, 2010, p.101, grifo meu)

Francamente, como uma mulher considera escrever algo assim? Como alguém que dissemina essas idéias se sente no direito de reclamar sobre esteriótipos e qualquer tipo de padrão imposto pela sociedade? Como uma pessoa assim existe? Nesse ponto, juro que quase abandonei a leitura, mas precisava ler até o fim para deixar registrada uma crítica honesta a essas opiniões.

Enfim, termino com a mesma ironia que comecei: Bem, o que falar desse livro que acabei de conhecer e já odeio pacas? Simples: "O Alienista Caçador de mutantes" é um livro com conceito interessante e potencial de ser uma obra prima, tal qual o original, entretanto, Natalia Klein conseguiu jogar tudo isso no lixo da pior maneira possível, com uma narrativa forçada, enfadonha, ofensiva e preconceituosa. As referências pop são subutilizadas e pobres, noto uma certa tentativa de inspiração em Douglas Adams, mas pela ausência de inteligência nas piadas e excesso de pretensão, o abismo entre o estilo de Adams e Klein é tão grande quanto o tempo que, segundo as antigas crônicas de Itaguaí, se leva para calcular a resposta da pergunta fundamental. (Leia com escárnio a última frase)



[Review] Kiss Him, Not Me || Watashi ga Motete Dousunda

Kiss Him, Not Me



Título  Japonês:
 私がモテてどうすんだ Watashi ga Motete Dōsunda
Gênero(s): Slice of life, shoujo, comédia
Mangaká: Junko
Publicado por: Kodansha (Sem publicação no brasil)
Ano de lançamento: 2013
Volumes: 5 (até agora, 2015)
Tradução para português: Kokoroninnin
Disponível em inglês: Crunchyroll
Sinopse: Otaku assumida e não muito atraente, Kae Serinuma é uma fushoji irrecuperável e contente com sua vida à margem de interações amorosas, até que um trágico acontecimento muda o foco de tudo: A morte de Shion. Seu coração partido pelo evento lhe trás a chave para que deixe de ser observadora e passe a ser protagonista.


Personagens:




Kae Serinuma

Protagonista da trama, Kae é uma otaku assumida, obcecada por yaoi ou qualquer tipo de BL (boys love). Memso sendo uma pessoa carismática e amiga de vários belos garotos, sua vida sentimental nunca foi ativa. Ela era feliz assim, sem ser notada, observando os romances alheios à margem, entretanto após sofrer uma transformação, investidas românticas tornaram-se fraquentes e ela não sabe como lidar com isso.


Asuma Mutsumi

Estudante do 3 ano, líder do clube de história e dono de uma personalidade serena, Asuma é sem dúvidas um príncipe. Embora Serinuma tenha conexões com todos os garotos que a cercam, Mutsumi é seu senpai no clube e amigo. ( A quem possa interessar: Seus sentimentos pela protagonista fica muito mais evidente no volume 5.)





Hayato Shinomiya

O doce estudante do primeiro ano, Shinomiya se quer sabia da existência de Serinuma até sua transformação. Diferente dos outros, foi apenas quando sentiu-se atraído que trocou algumas palavras com a garota.




Nonozumu Nanashima

De personalidade forte, Nanashima é o já clássico bad- mas nem tanto-boy da trama, sendo normalmente o catalizador de eventos caóticos. Apesar de claramente gostar de Serinuma, tenta mascarar suas inseguranças com indiferença e alguma agressividade.





Yuusuke Igarashi

Melhor amigo de Nanashima, o "5" do "5x7"(shiping feito por Kae), Yuusuke é garoto tem uma personalidade firme, determinada e honesta. Mesmo tendo de competir com seu melhor amigo pela atenção de Kae, Igarashi não deixa que isto afete em nada sua relação com "Nana".





Shima Nishina

Cosplayer, fã-de boys love e todas as mesmas esquisitices que Serinuma, Shina entrou na corrida pela afeição de Kae com grande um diferencial: Nishima é uma garota. E não o bastante, é diabólica e parece muito determinada a fazer Kae corresponder seus sentimentos.







Opinião (com spoilers):

De longe um dos melhores mangás românticos que já li. A comédia é na medida certa e a história não cansa com toda a melação característica do gênero. Entretanto, existem dois pontos que realmente me incomodam:
1) Machismo ou apenas uma piada sem graça?
Logo no inicio do mangá, Serinuma é uma menina gorda e feia, que se sente confortável com sua vida, mas nunca teve ninguém romanticamente interessado nela. Após perder uma significativa quantidade de peso, Serinuma torna-se, praticamente, uma musa da beleza. Todos as desejam, todos a querem e tudo que ela precisou fazer pra isso, foi emagrecer. Sério? Se ela era tão bonita assim, porque ninguém nuca se interessou enquanto ela era gorda? Ela continua a mesma pessoa, com os mesmos cuidados com a aparência... Tudo que o mangá faz é afirmar que se você não está nos padrões de beleza, você não pode ser considerada bela. PFFFFFFF!

Toda via, ele consegue redimir-se um pouquinho com a entrada de Nishima na série. Ela adiciona outra perspectiva à ideia de beleza e levanta questionamentos a respeito de atração e paixão/amor entra as outras personagens: Estariam eles mesmo apaixonados ou apenas atraídos? Ela conhece sua resposta e se mantém firme, já os outros, bem... Eles acabam se decidindo de maneira nebulosa.

O que me leva a outro tópico:

2) Personagens sem profundidade!
Eu sei que é um mangá leve e tudo, mas com exceção de Asuma, Shina e a própria Kae (que é a protagonista), todas as outras personagens parecem vazias. Elas tem suas características, claro, mas quase tudo que sabemos a seu respeito está muito ligado à Serinuma, elas não tem espaço para desenvolver relações mais complexas entre si. Sinto falta de conhecê-los melhor.

Corações:


Traço = 2 (Muito bonito) || Personagens = 1 (Os acho sem profundidade e com frequência confundo Nanashima e Shinomia) || Enredo = 2 (A comédia é na medida, execução excelente) || Argumento = 1 (Apesar de gostar da execução, achei meio machista e me recuso a dar uma nota maior)|| Tradução (pro português) = 0 (Tradução não disponível.)